quarta-feira, 26 de maio de 2010

Portugal prevê dez mil casos de cancro da pele

Olá!


O bom tempo está a chegar, logo há que ter cuidado!


O melanoma, o tipo de cancro de pele mais grave, continua a aumentar em toda a Europa e Portugal não é excepção. Os dermatologistas estimam que este ano, em cerca de dez mil novos casos de cancro de pele diagnosticados, mil sejam melanomas. No Dia Europeu do Melanoma, que se assinala hoje, os especialistas chamam a atenção para os perigos do sol e para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. E deixam um alerta: o melanoma, em particular, está mais associado a períodos intensos de exposição ao sol em praias quentes ou em solários do que a profissões em que se apanha sol ao longo do ano.

Segundo João Abel Amaro, da direcção da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV), apesar de representar apenas cerca de 10 por cento dos tumores de pele, o melanoma é responsável por mais de 90 por cento das mortes. Todos os anos, estima-se que morram mais de 200 pessoas em Portugal devido a esta doença. Estamos a pagar a factura de "escaldões" passados, uma vez que a doença pode demorar dez ou mesmo 20 anos a manifestar-se.

Américo Figueiredo, membro da direcção Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC) e director do Serviço de Dermatologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra, explica que a situação resulta do "acumular de erros ao longo de muitos anos, de sol apanhado no passado". "Os resultados de uma maior consciencialização só vamos tê-los mais tarde, neste momento a curva é nitidamente ascendente", afirma, acrescentando que os casos de melanoma crescem "na ordem dos 5 a 8 por cento ao ano".




Segundo Fernando Ribas dos Santos, director do núcleo norte da Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC), o melanoma é tipicamente o cancro de pele associado a períodos intensos de exposição ao sol, por exemplo durante as férias e em praias. Outras profissões, que se expõem ao sol ao longo do ano, como agricultores ou pescadores, também apanham cancro de pele, mas não o melanoma. Para além disso, o especialista alerta para o perigo que constituem os solários: "Uma pessoa que faça dez sessões de solário por ano tem uma probabilidade oito vezes superior de vir a ter melanoma."

Apesar de existirem outros factores que podem desencadear a doença, como genéticos, o sol continua a ser uma preocupação para os especialistas, que sublinham não ser suficiente o protector solar. É preciso também escolher a sombra, evitar o sol nas horas mais fortes e usar vestuário adequado. As pessoas devem ainda ter em atenção que quanto mais clara ou sardenta for a pele, mais sensível é.

Américo Figueiredo deixa um abecedário útil para o diagnóstico precoce da doença: "É o a-b-c-d-e dos sinais: um sinal assimétrico, um sinal com bordos irregulares, um sinal com cores diferentes, um sinal com dimensões superiores a seis a oito milímetros e um sinal que, de plano, se torne elevado ou espesso deve ser motivo de procura de auxílio imediato", aconselha.



Andreia